A ACFOR – Agência de Fiscalização de Fortaleza – participou, na última sexta-feira, 13 de junho de 2025, das comemorações pelos 31 anos da Sociedade Comunitária de Reciclagem de Resíduos Sólidos do Pirambu (SOCRELP). O evento, realizado na sede da entidade, reuniu lideranças comunitárias, representantes do poder público, especialistas da área ambiental e membros da comunidade, celebrando o pioneirismo e a contribuição da SOCRELP para a gestão sustentável de resíduos sólidos em Fortaleza.
Representando a ACFOR, o conselheiro-presidente, Dr. Paulo Henrique Lustosa, destacou a trajetória da SOCRELP e seu impacto no fortalecimento da economia circular no município. “Trata-se de uma organização que nasceu, cresceu e se consolidou no Pirambu, com mais de três décadas de atuação, envolvendo diferentes gerações no trabalho com a reciclagem. O serviço prestado é ambiental, econômico e social”, ressaltou.
Dr. Paulo também abordou os avanços implementados pela gestão municipal em parceria com entidades da sociedade civil, como a ampliação da rede de ecopontos, a coleta seletiva e o incentivo à conscientização ambiental. “Fortaleza ainda envia mais de 120 mil toneladas de resíduos ao aterro sanitário todos os meses. Isso representa um grande desperdício de material que poderia estar gerando renda, fortalecendo a inclusão produtiva e promovendo sustentabilidade”, completou.
Outro momento relevante do evento foi a fala do professor Albert Brasil Gradvohl, também conselheiro da ACFOR e especialista em economia circular. O professor integrou o grupo fundador da SOCRELP, em 1994, e relembrou sua participação voluntária no processo de reestruturação da entidade. “A SOCRELP surgiu como resposta a um cenário crítico, no qual centenas de catadores atuavam de forma precária. Conseguimos desenvolver um modelo autossustentável que permanece como base até hoje”, afirmou.
Gradvohl enfatizou a importância de ampliar o papel das associações para além da coleta, avançando para o beneficiamento dos resíduos e a verticalização do trabalho, com foco na geração de valor agregado. “É fundamental inserir as associações e catadores na cadeia produtiva, reconhecendo sua relevância econômica. Sustentabilidade não se resume ao ambiental, ela também passa pela inclusão social e econômica”, defendeu.
Sobre seu papel como conselheiro da ACFOR, o professor ressaltou a necessidade de as agências reguladoras atuarem de forma estratégica. “A regulação vai além da fiscalização. Ela deve considerar os impactos sociais e orçamentários das políticas públicas, ampliando sua atuação para setores ainda não contratualizados, mas que afetam diretamente a qualidade do serviço prestado à população”, pontuou.
A comemoração também contou com a presença da fundadora da SOCRELP, Dona Nete, da atual presidente, Janete, e da professora Lamarka, empresária e especialista em gestão de resíduos sólidos.
A ACFOR reafirma seu compromisso com a valorização de iniciativas que promovam a sustentabilidade, o fortalecimento da economia circular e a inclusão social, reconhecendo na SOCRELP uma parceira estratégica nesse processo.
